A palavra “Naturologia”, em seu stricto sensu etimológico significa: “Estudo da Natureza”; (naturo = natural, natureza + logia = estudo).
Em São Paulo foi criada a “Naturologia Aplicada”, os Catarinenses seguiram esta pauta. Ocorre que a denominação “aplicada” fica em “aberto”, haja visto que da mesma forma que existe uma Medicina Humana e Veterinária e uma Homeopatia Humana e Veterinária, da mesma forma que uma Ayurveda Humana e Veterinária — a Naturologia Aplicada é uma expressão frágil.
A raiz verdadeira do que os nobres paulistas e catarinenses denominaram “Naturologia Aplicada”, porém, em seu sentido técnico, e agora em stricto sensu científico, não tem de fato uma identidade bem delineada. E explico em 4 pontos:
- A verdadeira “medicina natural internacional” chama-se Naturopatia. Ponto. Isto nem deve ser motivo de debate porque a tradição está com a Antiguidade Científica devida, iniciada em nomes como Vicent Priessnitz no século XVIII e Sebastian Kneipp no século XVIII – sem falar me clássicos tais como Arnold Rickli, Adolf Just, Manoel Lezaeta Acharán Pierre Valentim Marchessau, Gregorie Jauvais, Eduardo Alfonso Hernán, Benedict Lust, e mais uns 100 que eu poderia citar e indicar linhas de pesquisa sérias.
- No Canadá, nos EUA, na Alemanha, no Chile, na Espanha, em Portugal e em mais uns 60 países, a Naturopatia é ciência seriamente estudada por Institutos e organizações comprometidas com uma identidade eu tem sido debatida com membros das Federações representativas de cerca de 300 mil profissionais e trabalhadores deste segmento em todo o Mundo. —- no Brasil, a coisa é extremamente bagunçada! E, exatamente por conta desta bagunça histórica, fruto de amadores que se imaginam “doutores” e charlatães “pilantras”, entre “vendedores de produtos de marketing multinível” e palhaços que nunca leram sequer uma página dos grandes mestres que produziram imenso acervo técnico-científico legítimo; no Brasil surgiu esta coisa chamada “Naturologia Aplicada” que é, para espanto de Naturopatas de carreira, um sincretismo indevido entre “Medicina Tradicional Chinesa” + “Ayurveda” + “Abordagem supostamente científica da Alopatia” + “Homeopatia” e, isto é esta tal “Naturologia Aplicada”. É suficiente pegar a grade curricular estudada por estes nobres estudantes que exercem o livre direito à cultura, filosofia, saber e etc., previsto na Carta Constitucional.
- Ocorre que, em 1997 quando eu ingressei neste ambiente e surgia esta tal “Naturologia Aplicada”, um modal de definição se desenhava com base no que indiquei no item anterior e, embrionária que era esta “Naturologia” sem qualquer conexão com a Naturopatia, repito, única e verdadeira ‘medicina naturista de fato’ – eu envolvi-me com diversas pesquisas e dinâmicas para entender este imbróglio. Em 2002 foi criada uma Instituição no Ceará por companheiro da Massoterapia que em 2006, vindo para minha liderança, sob consulta, criamos a Associação Geral da Ordem dos Naturologistas do Brasil que estuda: NATUROLOGIA CLÍNICA. E aqui cabe a definição: (a) “Naturologia” já foi enunciada aqui; e, (b) “Clínica” se define como “terapêutica”. Ora, se pegarmos a denominação “Terapeuta Naturista” temos: “um terapeuta que obviamente aplica uma terapêutica” e em seguida, “naturista” que é ligado às forças naturais. Naturologista Clínico = Terapeuta Naturista. E, foi assim que surgiu a expressão; porém, sem embargo, ligada à Escola Internacional de Naturopatia Científica.
- As características objetivas desta posição? No Anexo da Portaria MS-nº 849/2017, na parte onde se lê: Naturopatia Científica ou Terapia Naturopática. Urge reforçar sempre que tal desiderato difere em número, grau, gênero e compromisso. Basta que o interessado leia cuidadosamente a Portaria MS-nº 971/2006 e esta que citei e estudar o que é Chinesa, Ayurveda, Homeopatia, Antroposófica e Naturopatia e, estas 5 Escolas Médicas se definem com clareza; mas uma “Naturologia” (Aplicada ou Clínica) é definição ACADÊMICA e como tal não deve deixar de ser, porque as Portaria definem a diferença entre as Escolas e entre os Profissionais. Mas, a falta desta justa compreensão cria o que chamei de bagunça “generalizada” no Brasil e que não existe nas demais Nações onde a coisa é tratada com seriedade e profissionalismo.